Um pequeno testemunho

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De facto, nós cristãos, temos, ao longo da História sido muito responsáveis por várias atrocidades  contra , não apenas judeus , mas até nós mesmos, ao ponto de que nos decidimos, por fim, virar para o exterior, para os mares desconhecidos, para que não nos desgastássemos a nós mesmos e assim todos empobrecessemos, mas fossemos à procura de riquezas de outros, mais fracos, que enriquessecem a todos ( os cristão, europeus, ocidentais). E aqui digo, desengane-se quem ache que isto acabou- as políticas injustas existem, e muitas, legitimadas por outros critérios , talvez algo cínicos. Por exemplo, nas economias de mercado e na exploração das riquezas, (dentro do Direito legalista ou mesmo fora dele), em países necessitados. Basta observar-se um pouco o que se passa na actualidade do mundo económico nas relações internacionais cujos sujeitos são países, nações, multinacionais, entre outros "senhores, donos do mundo". 
E o povo e sua criançada pobre morre em frente a uma câmara, que transmite para os lares de famílias queixosamente abastecidas em gorduras saturadas e outros excessos de consumismo.
E o mais grave , é que temos muitos 'Lázaros' pedintes à porta de casa, e pelos quais passamos enrijecendo o coração egoísta que se auto-justifica com "razões desonestas" sem fim.
Eu já vi, um homem pedinte, sem um dos braços, sujo, a clamar baixinho à porta de um super-mercado. Com as lágrimas a escaparem-lhe dos olhos blcom a sua mão estendida para quem entrava e ia saíndo e dizendo- "por favor, eu tenho fome". Enquanto que a imagem que eu via, e lembro, no rosto das senhoras , enfim, de classe média baixa, era de um embrutecimento, uma arrogância ou superioridade, um levantar dos olhos, um fechar dos ouvidos, um gemer de auto-justificação que incrimina ou humilha com desdém disfarçado o queixume que físicamente ouvem e desconsideram por todas as "razões" e mais algumas.
Não dou esmola à frente de ninguém, pois não quero tornar-me hipócrita ao fazê-lo, a não ser que não possa fazê-lo de outra forma. Também já apanhei mentirosos sujos, porcos, gordos preguiçosos, viciados na piedade alheia.
Por exemplo: uma sra, que pedia em frente ao metro com uma garrafa meio cheia de moedas, pela qual passei e decidi anunciar o Nome e entregar umas bolachas que trazia comigo .
Começou com uma ladaínha. Acreditei nela, ainda que retivesse a necessidade de saber se o que ouvia era ou não verdadeiro. Contou-me da sua doença, que não comia havia 2 dias, que estava com sede... etç. Gastei tempo, tendo já deixado "o que podia" em moedas, mas considerava se lhe daria "o que não podia"-  para medicamentos; para os quais, se queixou de não ter dinheiro- e que "até não era muito" (argumento que empregou). Como dissera que não havia comido e como eu lhe perguntara se queria que eu fosse buscar-lhe água, fui à procura de um super-mercado para não ter de gastar muito, para comprar-lhe um pacote pequeno de leite, pois achei que seria melhor que trazer-lhe àgua do café- e assim queria fazer-lhe uma pequena surpresa. Demorei algum tempo para achar o super, que ainda por cima estava cheio e com uma fila cansativa- lembro-me de me sentir embaraçado com apenas um pacote pequeno de leite para pagar; mas não fazia intenção de gastar "o que não podia" sem ter a certeza de que não estava a ser explorado pela minha bondade e religiosidade.

Quando cheguei à entrada do metro, pus-me um certo tempo a olhar para ela ao cimo dos degraus, sendo que ela não me via , pois estava de costas para mim sentada e lá embaixo. A razão que me levou a esperar foi para ver o que estava fazendo. Recolhia as moedas que tinha da garrafa para uma bolsa, mantendo somente umas poucas à vista. Foi então que decidi testar a sua sinceridade. Desci as escadas, dei-lhe o pacote de leite. (Acho que se sentiu surpreendida , não pelo leite para o qual esboçou um pequeno e quase imperceptível sorriso, antecedido por uma pequena reação de desvalor e emoção que lhe vi, mas pela minha vinda, pois certamente não esperava mais que eu lhe troxesse a água do café passado aquele tempo todo). Olhei para a garrafa e disse:

-" Só conseguiu isso?"
-"Sim, mais nada, desde manhã"- sendo que já era noite.
-"Mas não tem mais nada?"
-"Nadinha!"- reafirmava com tom de actriz desempregada.

E eu, entre outras coisas, disse,:

-"Arrependa-se, pois você mentiu! Eu a vi recolher as suas moedas para a bolsa. Você vai para o inferno , temos falado do "Nome" e ainda assim ou, talvez por isso mesmo, julgou poder explorar-me."

Este bem eu poderia fazê-lo, mas tirei-o a um verdadeiro necessitado, sendo que eu mesmo, sou muito pobre.
Sem saber como reagir, escolheu dizer:

-"Quem, eu??- fazendo-se surpreendida, algo indignada e mesmo chocada. Mas eu via-lhe o olhar, um tantinho indignado sim, mas pela confrontação da verdade e do desmascaramento; alguns, muitos, senão todos, os desonestos, gostam de se sentir respeitados como honestíssimos ou pelo menos iguais a um honesto médio- são hipócritas. E via-lhe ainda o olhar triste, porque achado perdido...Este era um olhar verdadeiro, não para mim, mas para si mesma- envergonhada- do qual eu me apercebi, não porque ela o quisesse mostrar, mas porque não tinha mais como esconder-se em falsas sombras ilusórias.
Mas... obstinada continuou, na sua senda ... na afirmação da mentira professada pelos lábios e pelo corpo actor... Continuou com o coração na negação da verdade.

Eu a avisei!... Ela foi alertada. Esta foi a minha melhor oferta para a sua alma. Espero que ainda, um dia, um momento, ela "se sinta". DEUS a possa salvar.

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Retirado de: http://myciw.org/forums/showthread.php?t=2341&page=6

Comentários

  1. olá Vitor.. quero te deixar um abraço mto graaande e agradeço pelo teu comentário e tua participação..
    mtos bjiihhns na paz de Jesus

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