Acerca da Moral

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A bem da Moral
O tema da Moral é extenso , até por ser filosófico em primeiro lugar. Não indeterminável , mas difícil , dialético, interpretável e com diferentes noções , ainda que contendo uma essência (vaga) principal- a que eu consideraria de Intenção para o Bem, ou simplesmente o Bem. Este Bem é sujeito, por ser um conceito vago e indeterminado, a uma série de interpretações diferentes , consoante os casos concretos, ainda que tipificados- daí, advindo uma série de desacordos e opiniões divergentes...

Para os romanos havia os Mores Maiorum. Estes eram aquilo a que chamamos Moral que a Traditio englobava ; a moral era um conjunto de normas sociais com convicção de obrigação apesar de não serem (salvo excepções) escritas como Lei. E para eles, até determinado tempo, os Mores Maiorum não tinham paralelo nem nada superior perante o Estado, o Povo, o sistema Jurídico-político.

Kant, (este nobre alemão) ensina-nos que a Moral teria, pelo menos no Reino dos Fins, a sua expressão perfeita na prática ditada pela Razão que se auto-justifica e legisla por si mesma para todas as situações.
Acostumadas seriam as práticas, por execução da legislação da Razão, para as situações concretas da Vida. Do Costume se infere a "regulamentação" (regra extraída da norma)- que é aquilo a que Kant chama de Máximas Universais. E Universais pois, no Reino dos Fins os seres morais respeitam sempre a Razão, que dita em todos de igual modo para as situações idênticas.


Ilações
Para uma cultura a Moral pode ser uma coisa, e para outra, a Moral pode ser outra, dependendo das vivências; das situações típicas do espaço geo-tempo-cultural de uma dada comunidade- ainda mais que não vivemos no Reino dos Fins ( devido também à má-vontade que lesa o ser-humano em todas as comunidades e as leva a praticas imorais acostumadas). Mas ela (Moral), existe em si.
A Razão existe e determina, legisla, em toda a mente racional, porém as situações tipificadas e típicas de uma vivência são diferentes de outra vivência- geram-se, consequentemente, costumes diferentes.

A Moral verdadeira é substituída por uma pseudo-Moral quando A Tradição, imposta pelos pais, ainda que seja desadequada à nossa vivência , fala mais alto que a Razão, (que, diga-se embora, não tem de ser totalmente amoral ou imoral ou errónea).
É que uma situação concreta pode requerer uma análise que a classifique diferentemente de situações tipificadas,para as quais um povo ou população usa uma máxima universal bem instituída pela prática, mas que é erradamente analisada e à qual se aplica a mesma máxima, de uma forma , pelo menos, não totalmente adequada. O que gera injustiça, por vezes, injustiças. Exemplo: "todos os pretos são iguais, porque este e aquele e o outro fazem o mal, portanto, aplique-se a mesma classificação a todos- todos são maus".

O trabalho do siso é o mais importante, para a nossa saúde mental, para o treino da nossa sensibilidade, para a interpretação cabal e feliz dos casos concretos da Vida


Conclusão
Como tal, temos de ser corajosos para fazer aquilo que a nossa Razão diz que é justo, ainda que isso abale os nossos pais, o nosso país, o nosso mundo, devido aos seus costumes, tantas vezes desadequados às situações que se vão vivendo... nas várias comunidades.


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